AMIGO
Faz hoje 2 anos que partiste para um lugar mais bonito, disso tenho a certeza, pois não acredito que Deus tenha criado os animais, os supostos animais irracionais, para apenas nos darem alegria, ou para sofrerem como tantos que eu encontro por ai, abandonados à sua sorte.
Digam o que disserem as religiões, ou outros, eu simplesmente não acredito que não existe algo para além deste vida também para vocês, não consigo conceber sequer tais pensamentos.
Sabes, acho que sabes, pois onde estiveres decerto verás que não foste esquecido, que continuas vivo nos nossos corações, no meu coração. Lembro-me das grandes alegrias que nos deste, da loucura gostosa que era estar contigo, de te sentir ali sempre presente na nossa, na minha vida, lembro-me ainda do ultimo dia, aquele 1 de Abril de 2004, era 5ª Feira e quando acordei estavas bem pior, tratei de comer às corridas, de te dar o soro, pois já não conseguias comer, nem beber, enquanto nos vestíamos, isto é antes de nos arranjar-mos coloquei-te junto da janela do quarto de cama da mãe, pois estava solinho e tu adoravas sentir o sol no teu corpinho felpudo, depois eu e a mãe fazíamos uma corrida para nos arranjar-mos e telefonei para o teu médico dizendo que estavas pior e que te ia levar lá, desliguei o telemóvel e arranjei tudo para irmos, só faltavas tu, então fui buscar-te, mas não estavas onde te havia deixado, lembro que fiquei meio doido, como?, onde estavas?, procurei-te debaixo da cama, em todo o quarto, depois na sala, até que fui ao meu quarto e lá te encontrei estirado no chão, no tapete junto à cama, havias tentado ir para a minha cama, como em tantas outras vezes o fazias, só que desta vez não havias conseguido subir estavas sem qualquer fôlego, quase sem ar, chorei tanto, depois lembrei, não não posso chorar ele não me pode ver assim, nem sentir que estou assim, tenho que ter forças. Deitei-me no chão a teu lado e abracei-te, cobri-te de beijocas e mimos e fiquei ali contigo por um pouco enquanto a mãe olhava para nós dois, mas não aguentou e teve de sair dali, pois as lágrimas já lhe cobriam também o rosto, parece que já sabias que algo ia se passar e tinhas então resolvido por uma última vez mesmo sem forças para andar te despedir num até sempre de tudo aquilo, e mimar-me com a tua presença em meu / nosso quarto antes de tudo acontecer.
Depois peguei em ti suavemente e levei-te para o carro, foste ao colo da tua dona, da tua amiga, eu ia conduzindo, com as lágrimas tapando meio a minha visão, nossa tava doendo muito ver-te sofrer.
Pouco depois chegávamos ao teu médico e foste logo atendido, o médico e não só, todo o pessoal da Clínica que nos conhecia viu como estávamos e também que já mais nada se podia fazer, apenas aliviar teu sofrimento, foi então que o médico também com as lágrimas nos olhos, não sei, talvez por nos ver assim, e por te ver como eras amado e estavas sofrendo tanto, nos disse podemos dar-lhe uma injecção e ele não sentirá nada, ou podemos tentar, quase em vão ver se conseguimos operar, mas como já sabem nestes casos infelizmente não se consegue fazer mais nada, mas eu disse, e Dr. será que podemos tentar operar, quem sabe, talvez ele fique bom, o médico retorquiu o nariz, mas disse que o faria, no entanto avisou-nos que talvez não sobrevivesses à operação, e disse-nos logo para aproveitar e nos despedirmos de ti, nossa ai eu não consegui mais aguentar e chorei tanto, tu lembras não lembras Paxá?, eu sei que sim, quando te abracei e te enchi beijos vi no teu olhar uma profunda tristeza e parecia que choravas também, a dor foi forte, mas tinha de ser, lá fui pegar no carro e trabalhar, nossa naquele dia não consegui fazer nada, só esperava por um telefonema do teu médico dizendo ele estás bem, mas não, nada o telemóvel não tocava como eu queria, apenas a minha irmã, o meu cunhado e amigos e eu não conseguia falar, todos estavam também a teu lado querendo saber noticias tuas, nossa Paxá como eras amado por tantos, tão bom meu anjo não é?
Mas por volta das quatro da tarde o telemóvel tocou, olhei o visor e era o teu médico, atendi logo soluçando, e falei – o Paxá?!?, do outro lado ouvi um voz também triste que me dizia que havias partido, nossa não aguentei e chorei mais ainda, nesse momento na minha mente apenas via o meu lindo Paxá, do outro lado o médico dizia, ele não sofreu mais pois não aguentas-te a anestesia.
Lembro que nesse momento e quase que por mágica, a minha irmã e meu cunhado haviam saído mais cedo dos seus trabalhos e estavam a chegar mesmo nesse momento que fiquei sabendo da tua partida, eles também procuravam saber de ti, e naquele momento estávamos todos juntos, a mãe, eu, a minha irmã (a quem muitos diziam que era a tua tia) e meu cunhado.
Do outro lado o médico dizia ainda que não me preocupasse com mais nada, pois não tinha nada a pagar e que teu corpo não seria deitado maltratado, que serias cremado, mas que não me preocupasse com nada pois ele o Dr. Paulo cuidaria de tudo, e assim foi.
Hoje vive nesta tua casa o Óscar, tu sabes quem ele é concerteza, é um pilantrinha lindo, fofo, amigo reguila mas muito, muito meigo e amigo, por vezes parece que tu estás nele, sabes como é?, ele por vezes faz coisas que tu fazias, por exemplo neste momento ele está aqui ao meu lado deitado sobre a cama me olhando tal como tu fazias, de vez em quando faço-lhe umas festas ele dá marradinhas, mas já sei daqui a pouco e tal como tu também o fazias, vai para perto da mãe fazer o mesmo.
Sabes, acho que sabes, pois deves estar vendo tudo o que passa aqui, o Óscar parece que estás sempre agradecendo tudo o que nós lhe fazemos, nos enchendo de mimos.
Como sabes também ele foi achado a cerca de 15 km daqui, era filho de uma gatinha que fora morta pouco depois de ter os seus filhotes e junto com ela partiram quase todos também seus filhotes, só ficando este pilantrinha fofo que só não o mataram porque a minha irmã, a tua tia, o achou e o trouxe para junto de mim que o adoptei logo e hoje é mais como um filhote, um amigo, um companheiro para mim tal como tu o foste e continuas a ser onde quer que estejas.
Hoje ele é dono do pedaço, mas teu lugar no nosso coração continua ocupado por ti, apenas acrescentamos mais um na nossa família e também em nossos corações.
Dou graças a Deus por isso, por poder ter a sua amizade, o seu carinho e a sua companhia tão gostosa como a tua.
E agradeço a Deus por ti meu amigo.
Agora quem quiser que me chame de louco, mas sou assim, sempre fui, não mudo, nem faço questão de mudar, e não me importo que me chamem mesmo de louco, ou outras coisas, pois tenho a certeza que vocês e as crianças são das melhores coisas que o mundo tem.
Digam o que disserem as religiões, ou outros, eu simplesmente não acredito que não existe algo para além deste vida também para vocês, não consigo conceber sequer tais pensamentos.
Sabes, acho que sabes, pois onde estiveres decerto verás que não foste esquecido, que continuas vivo nos nossos corações, no meu coração. Lembro-me das grandes alegrias que nos deste, da loucura gostosa que era estar contigo, de te sentir ali sempre presente na nossa, na minha vida, lembro-me ainda do ultimo dia, aquele 1 de Abril de 2004, era 5ª Feira e quando acordei estavas bem pior, tratei de comer às corridas, de te dar o soro, pois já não conseguias comer, nem beber, enquanto nos vestíamos, isto é antes de nos arranjar-mos coloquei-te junto da janela do quarto de cama da mãe, pois estava solinho e tu adoravas sentir o sol no teu corpinho felpudo, depois eu e a mãe fazíamos uma corrida para nos arranjar-mos e telefonei para o teu médico dizendo que estavas pior e que te ia levar lá, desliguei o telemóvel e arranjei tudo para irmos, só faltavas tu, então fui buscar-te, mas não estavas onde te havia deixado, lembro que fiquei meio doido, como?, onde estavas?, procurei-te debaixo da cama, em todo o quarto, depois na sala, até que fui ao meu quarto e lá te encontrei estirado no chão, no tapete junto à cama, havias tentado ir para a minha cama, como em tantas outras vezes o fazias, só que desta vez não havias conseguido subir estavas sem qualquer fôlego, quase sem ar, chorei tanto, depois lembrei, não não posso chorar ele não me pode ver assim, nem sentir que estou assim, tenho que ter forças. Deitei-me no chão a teu lado e abracei-te, cobri-te de beijocas e mimos e fiquei ali contigo por um pouco enquanto a mãe olhava para nós dois, mas não aguentou e teve de sair dali, pois as lágrimas já lhe cobriam também o rosto, parece que já sabias que algo ia se passar e tinhas então resolvido por uma última vez mesmo sem forças para andar te despedir num até sempre de tudo aquilo, e mimar-me com a tua presença em meu / nosso quarto antes de tudo acontecer.
Depois peguei em ti suavemente e levei-te para o carro, foste ao colo da tua dona, da tua amiga, eu ia conduzindo, com as lágrimas tapando meio a minha visão, nossa tava doendo muito ver-te sofrer.
Pouco depois chegávamos ao teu médico e foste logo atendido, o médico e não só, todo o pessoal da Clínica que nos conhecia viu como estávamos e também que já mais nada se podia fazer, apenas aliviar teu sofrimento, foi então que o médico também com as lágrimas nos olhos, não sei, talvez por nos ver assim, e por te ver como eras amado e estavas sofrendo tanto, nos disse podemos dar-lhe uma injecção e ele não sentirá nada, ou podemos tentar, quase em vão ver se conseguimos operar, mas como já sabem nestes casos infelizmente não se consegue fazer mais nada, mas eu disse, e Dr. será que podemos tentar operar, quem sabe, talvez ele fique bom, o médico retorquiu o nariz, mas disse que o faria, no entanto avisou-nos que talvez não sobrevivesses à operação, e disse-nos logo para aproveitar e nos despedirmos de ti, nossa ai eu não consegui mais aguentar e chorei tanto, tu lembras não lembras Paxá?, eu sei que sim, quando te abracei e te enchi beijos vi no teu olhar uma profunda tristeza e parecia que choravas também, a dor foi forte, mas tinha de ser, lá fui pegar no carro e trabalhar, nossa naquele dia não consegui fazer nada, só esperava por um telefonema do teu médico dizendo ele estás bem, mas não, nada o telemóvel não tocava como eu queria, apenas a minha irmã, o meu cunhado e amigos e eu não conseguia falar, todos estavam também a teu lado querendo saber noticias tuas, nossa Paxá como eras amado por tantos, tão bom meu anjo não é?
Mas por volta das quatro da tarde o telemóvel tocou, olhei o visor e era o teu médico, atendi logo soluçando, e falei – o Paxá?!?, do outro lado ouvi um voz também triste que me dizia que havias partido, nossa não aguentei e chorei mais ainda, nesse momento na minha mente apenas via o meu lindo Paxá, do outro lado o médico dizia, ele não sofreu mais pois não aguentas-te a anestesia.
Lembro que nesse momento e quase que por mágica, a minha irmã e meu cunhado haviam saído mais cedo dos seus trabalhos e estavam a chegar mesmo nesse momento que fiquei sabendo da tua partida, eles também procuravam saber de ti, e naquele momento estávamos todos juntos, a mãe, eu, a minha irmã (a quem muitos diziam que era a tua tia) e meu cunhado.
Do outro lado o médico dizia ainda que não me preocupasse com mais nada, pois não tinha nada a pagar e que teu corpo não seria deitado maltratado, que serias cremado, mas que não me preocupasse com nada pois ele o Dr. Paulo cuidaria de tudo, e assim foi.
Hoje vive nesta tua casa o Óscar, tu sabes quem ele é concerteza, é um pilantrinha lindo, fofo, amigo reguila mas muito, muito meigo e amigo, por vezes parece que tu estás nele, sabes como é?, ele por vezes faz coisas que tu fazias, por exemplo neste momento ele está aqui ao meu lado deitado sobre a cama me olhando tal como tu fazias, de vez em quando faço-lhe umas festas ele dá marradinhas, mas já sei daqui a pouco e tal como tu também o fazias, vai para perto da mãe fazer o mesmo.
Sabes, acho que sabes, pois deves estar vendo tudo o que passa aqui, o Óscar parece que estás sempre agradecendo tudo o que nós lhe fazemos, nos enchendo de mimos.
Como sabes também ele foi achado a cerca de 15 km daqui, era filho de uma gatinha que fora morta pouco depois de ter os seus filhotes e junto com ela partiram quase todos também seus filhotes, só ficando este pilantrinha fofo que só não o mataram porque a minha irmã, a tua tia, o achou e o trouxe para junto de mim que o adoptei logo e hoje é mais como um filhote, um amigo, um companheiro para mim tal como tu o foste e continuas a ser onde quer que estejas.
Hoje ele é dono do pedaço, mas teu lugar no nosso coração continua ocupado por ti, apenas acrescentamos mais um na nossa família e também em nossos corações.
Dou graças a Deus por isso, por poder ter a sua amizade, o seu carinho e a sua companhia tão gostosa como a tua.
E agradeço a Deus por ti meu amigo.
Agora quem quiser que me chame de louco, mas sou assim, sempre fui, não mudo, nem faço questão de mudar, e não me importo que me chamem mesmo de louco, ou outras coisas, pois tenho a certeza que vocês e as crianças são das melhores coisas que o mundo tem.
Um beijo.
Teu eterno amigo.
Teu eterno amigo.
- Álvaro Gonçalves -
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